estou perdida. totalmente perdida. certamente assisti, li e ouvi coisas desde a última newsletter. também fiz uma cirurgia, a primeira da vida, e um aniversário, o trigésimo quarto até aqui. vou tentar lembrar o que aconteceu ou inventar algum assunto, pois este silêncio está demais.
querido diário
a última postagem gratuita deste recinto foi no dia 5 de maio. hoje é dia 2 de julho. hoje, o dia em que estou escrevendo. é bem provável que hoje, o dia que você está lendo, seja 3 de julho. a menos que você deixe esta edição esperando na caixa de entrada, aí será ainda mais tarde.
no dia 19 de maio, fiz uma cirurgia de endometriose depois de uns bons anos tentando administrar o mal-estar e as dores causadas por essa condição. já falei desse assunto por aqui. podem imaginar que, antes disso, estive trabalhando loucamente para poder viver o procedimento e o pós-operatório sem sentir que seria culpada caso o capitalismo fosse de arrasta pra cima. ufa, não é que ele passou bem enquanto esta soldada fazia curativos no umbigo e se entupia de analgesia? nenhum arranhão.
a vida foi voltando, mas nunca aos poucos. no segundo que a licença médica termina - na verdade, alguns dias antes, sejamos sinceros - a prateleira de atividades acumuladas desaba na sua cabeça. corre-corre, correr. corre-corre.
no meio disso tudo, teve o meu aniversário, data nunca trivial. noite em que se comemora a festa de São João, 23 de junho, na prévia do dia do santo, que é o 24. fiquei para lá de melancólica já uns dez dias antes, muito em sintonia com meu pai, falecido há oito anos, pois essa festividade é a cara dele.
não canso de observar as ondas que a morte-luto-perda causa, essa viagem tão particular, de temporalidade e efeitos absurdamente imprecisos, uma linearidade protocolar e uma galáxia de significações orbitando a experiência através dos anos.
pago ou grátis?
quando publiquei o texto “A mesa de jantar”, no dia 29 de maio, algumas pessoas vieram me perguntar se a newsletter ia passar a ser só para assinantes.
escrevi por aqui, anteriormente, que a ideia é ter uma edição mensal gratuita e uma edição mensal só para assinantes. no mês de junho, fracassei com as duas.
a edição só para assinantes é um pouco mais reflexiva e centrada em um tema. a edição gratuita segue como esta: fragmentada, freestyle, o que tiver para hoje.
decidi abrir o texto “A mesa de jantar” para não assinantes para esclarecer a diferença desses conteúdos.
não tenho a intenção de viver de Substack, mas, como vivo de escrita, acho satisfatório valorizar a multidão de sinapses que faço em nome da linguagem, da palavra, desse monte de histórias que venho aqui contar.
as contribuições que chegam pela plataforma acabam, de algum modo, também dando suporte ou motivação para seguir com outros projetos fora daqui.
3 editoras que recebem original de livros infantil ou infantojuvenil
Depois de muito editar infantis e infantojuvenis, vou lançar o meu primeiro, uma parceria com a ilustradora brisa de mar que é Juliana Eigner. Estou super feliz, mas ainda não posso contar muito.
Venho acompanhando de perto a profusão de selos voltados para essa linha editorial / público no Brasil. Nesse cenário, muitas das editoras de maior porte, mais conhecidas no circuito, não costumam receber originais e têm sua própria equipe para prospectar escritores para seu catálogo. Isso ocorre porque, quando se recebe originais em fluxo contínuo, é muito comum chegarem textos que não dialogam com a proposta da editora. Além de, em geral, ser sempre uma quantidade muito maior de envios do que as equipes conseguem dar conta.
O tempo da edição de uma publicação, sobretudo dos livros ilustrados, é lento, e as editoras, muitas vezes, já possuem o cronograma de um ou dois anos de lançamentos encaminhado - às vezes, mais que isso. Ainda assim, alguns selos de médio e pequeno porte deixam essa porta aberta para descobrir novos projetos literários. Em geral, as editoras deixam claro que só vão retornar se houver interesse e que o tempo de espera por um retorno pode ser longo. Mas sempre é possível haver surpresas.
A Solisluna recebe originais e dá um prazo de 3 meses para retornar ao autor.
A Maralto recebe originais, e aqui não só de infantis e infantojuvenis. No entanto, não dão informações sobre tempo para retornar.
A Caixote também recebe originais sem compromisso.
CLICK



Fui fotografada, mais uma vez, pelo talento de Mariana Oliveira.
Ali por 2018, Mari e eu trabalhamos juntas em uma ONG de educação, e acompanhei nessa época sua decisão de se profissionalizar como fotógrafa (sua formação inicial era em Odontologia). É bonito ver o que ela construiu com sua imensa sensibilidade para trabalhar a imagem de mulheres.
Cheguei para a sessão achando que era sobre um ciclo de triunfo e acabei descobrindo que era sobre o início de uma nova crise.
A vida, ela é mesmo o mistério.
No triunfo ou na crise, belíssima, já dizem as fotos.