ops…. i did it again.
o Fail é uma lista incoerente, que retoma temas que me perseguem, na qual você pode encontrar algo talvez útil, talvez interessante.
na última semana, não tivemos newsletter por motivo de: orçamentos para mandar, clientes para gerenciar, mania de abraçar o mundo e vida de não herdeira.
este é o amontoado do fracasso da última semana.
1.
Talvez venha uma sequência de fracassos por aí. Tenho assuntos para rabiscar para vocês no outro formato, aquele que tem dois dedos de reflexão, mas tá foda o tempo escorrendo entre os dedos nesta segunda quinzena de abril. E o baile deve seguir assim pela primeira de maio. Continuo perdendo anos de vida em nome da produtividade. E o pior é que eu gosto. De fazer-fazer-fazer, não de perder anos de vida.
Enquanto eu não arranjo tempo para escrever algo decente e abrir uma conversa, sigo nesta brincadeirinha de curar conteúdos para você aí do lado.
2.
É engraçado quando você indica algo que já está aí há tanto tanto tempo. Derde muitíssimo antes de você chegar. Mas, caso alguém não frequente, o site e a newsletter Manual do Usuário foram grandes achados deste ano. A internet que a gente quer é issaí.
Entrega bem demais para quem é meio burra com tecnologia, como eu, mas que, ao mesmo tempo, tem um grande interesse nisso tudo de uma perspectiva subjetiva e política.
Entrega ainda melhor para quem entende de tecnologia.
3.
Outro assunto que me interessa: comida. Itself, mas também questões políticas e subjetivas que atravessam esse elemento tão central da nossa vida e sobrevivência. No Fail #1, indiquei justamente o episódio do vibes em análise sobre alimentação.
Hoje, indo de viés mais político, deixo este voo direto para o Jornal do Veneno.
A news é assinada pela jornalista Juliana Gomes, criadora do blog Comida Saudável para Todos.
Essa mulher é aulas, e aulas, e aulas.
4.
Oooooooolha o carro do merchan passando, mylovs.
Quem segue o meu perfil profissional (ainda pouquíssimo movimentado) na rede social ao lado ( instagram.com/arteterapiacomgianni) deve ter visto que vou dar uma oficinal de SoulCollage(r) no dia 8 de maio com foco nele: Exu.
Sim, o próprio, aquele que Lud atacou no Coachella.
As vagas esgotaram um dia após a divulgação, por isso não repostei mais vezes nas redes. Mas devo abrir um novo grupo no início de junho, a quem interessar possa. E falar um tico mais sobre SoulCollage(r) lá no IG.
5.
A minha música exusística da vez é esta aqui.
6.
Apoiar a compreensão de divindades afrobrasileiras nas representações, narrativas e crenças brancocidentais é, por vezes, pe.da.gó.gi.co. (((Embora nada ideal nem nunca preciso.))) Fora isso, alguns entendimentos sempre podem surpreender.
Por exemplo, a associação que é feita em Cuba entre Exu e Jesus Cristo, da qual tomei nota no livro de Vagner Gonçalves da Silva. Lá, ele escreve assim:
Exu também foi associado aos santos cristãos e exaltado como mensageiro benfazejo. Em Cuba, foi relacionado ao maior mediador do catolicismo, Jesus Cristo, ou, mais precisamente, ao Menino Jesus de Atocha. Afinal, segundo a teologia cristã, Jesus é ambiguamente humano e divino, o mensageiro por excelência de Deus, enviado ao mundo para salvar os homens. ‘Ninguém chega ao Pai senão por mim’ (…).
Soa algo ousado, e, no entanto, faz muito sentido.
Pensei muito em Exu quando li um artigo do Gustavo Barcellos intitulado Eros, Psiquê e Afrodite (mas não sei em qual livro dele que tá. dsclp!). Aqui não há aproximação por parte do autor. Mas a explanação de Cupido (Eros) enquanto daimon para a cultura grega (que também escapa a uma lógica cristã maniqueísta) me levou ao meu amigo leal.
Mas o que “demônio” quer dizer? Estamos usando a palavra demônio para nos referir a Eros e há outros tantos demônios na mitologia grega, outros tantos daimones. Temos que entender que o sentido da palavra demônio hoje é completamente diferente do sentido grego antigo. A palavra demônio foi “demonizada”, foi diabolizada, e isso é muito recorrente. O demônio é uma invenção do Novo Testamento, porque demônio para o grego é uma espécie de “deus inferior”. Ele é um guia, um psicopompo, e também um anjo.
Anjo e demônio é o mesmo. A cisão dessas entidades interessa a um tipo de controle muito específico dos sujeitos. Querer cosmos sem caos, separá-los, nunca fez minha cabeça. E olha que eu tenho, sim, uma natureza controladora. Só que eu também acredito piamente (rs) que “onde você se desvia é onde você pode se achar”.
Sobre a figura do daimon, Barcellos escreve que ele “ao mesmo tempo que tutela e guia, também desencaminha e brinca com você”, “constrói e destrói no mesmo momento, ajuda e desvia, é uma força terrível”.
(((E voilà…. Até que escrevi umas coisas por aqui. Ou, ao menos, costurei umas citações.)))



se quiserem dar uma ajudinha no meu trabalho e matar um tico da minha curiosidade, vai lá nos comentários e me diz no que tu pensa quando ouve falar em Exu. não tem resposta certa, obvious.
7.
Finalmente, volto a minha história da EFL #5, aquela da queda em Cachoeira. Lá eu não disse, mas digo agora, que foi caindo e sabendo na mesma hora que era uma rasteira de Exu. Sem metáforas aqui. Afinal, para mim, não é só símbolo ou alegoria. Ele age, e ele é.
E por que eu não solto a mão de quem me derruba?
Porque ele mil vezes me leva ao chão, e duas mil me levanta.
Laroyê.
meus sinceros agradecimentos aos assinantes pagos desta newsletter: nicola sultanum, mário fellipe firmino, raquel galvão, rafael moura de andrade e luiza dantas.
é muito significativo quando o tempo dedicado a este trabalho é reconhecido também dessa forma. muito obrigada.