bora de pá-pum. semana que vem, eu devo estar de volta com mais e melhores palavras. por hoje, links para que te quero.
o Fail é uma lista incoerente, que retoma temas que me perseguem, na qual você pode encontrar algo talvez útil, talvez interessante.
na última semana, não tivemos newsletter por motivo de: o de sempríssimo.
este é o amontoado do fracasso da última semana.
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1.
Trabalho com muitas atividades diferentes desde sempre. É meu éden, meu purgatório e meu inferno. Sigo buscando síntese: o caminho por entre meus ofícios diversos que concilie a renda e a saúde/rotina que necessito. São testes sem fim, e gosto que eles aconteçam com alguma música de fundo.
No entanto, um dos trabalhos mais presentes na minha vida hoje — o de editora de livros — me exige trilhas muito específicas. Aliás, a depender do dia, nada será bem-vindo no fone de ouvido de quem está editando, preparando ou revisando textos.
Existem ainda as pessoas que só conseguem lidar com as palavras na tela na companhia de um mínimo silêncio. Nem pense em sugerir um barulhinho nessa hora.
No meu caso, por muito tempo, quando queria me concentrar no trabalho de edição, eu só ouvia Erik Satie.
Lofi hip hop radio? Acho ótimo, mas nunca foi dos mais eficientes para mim.
Nils Frahm se tornou uma grande paixão para a vida; ele e Ólafur Arnalds me ajudam a ler, corrigir e comentar tantos e tantos arquivos.
Tudo isso para chegar na bola da vez, esta playlist que apareceu no meu caminho e se tornou a melhor amiga do meu dia a dia editorial.
Sei lá, vai que vocês também tão querendo experimentar umas audições enquanto rabiscam uns verbos.
2.
Na última semana, estava às voltas com um prazo apertado e uma revisão custosa. Não gosto de revisar textos, confesso. Mas, principalmente, sou lenta revisando textos — tendências obsessivas me prendem em alguns loopings, relendo parágrafos infinitas vezes, & a demanda de dopamina decorrente das práticas digitais me faz distrair a todo momento. Ao mesmo tempo, é típico do meu padrão ansioso me convencer de que determinadas atividades que tenho para fazer me tomarão mais tempo do que elas de fato vão tomar. Ou simplesmente me empurrar para terminar o mais rápido possível, devido ao desconforto que aquele serviço está gerando, me induzindo a não fazer pausas para outras práticas rotineiras (mesmo quando aquela insistência não tá rendendo frutos). Sou uma antiprocrastinadora em certo sentido. Um pouco como se sua mente & seu emocional tentassem impor um hiperfoco, um hiperfoco defeituoso, fake, que é, na verdade, uma camisa de força.
Vocês também vivem isso? Diante de trabalhos custosos dos quais querem se livrar logo, suspende-se a vida, de forma nada estratégica, mas no interior de um mecanismo que não é plenamente racional nem fácil de contornar. Como se você prendesse a respiração até aquilo acabar — mesmo que seja possível puxar ar.
3.
Uma mensagem que recebi ainda ontem:
“amiga, como pode a gente (e digo tu, que faz umas 15 coisas a mais) trabalhar tanto e ainda ficar nas contas pra ver se tudo bate?”
E a melhor resposta que encontro para essa pergunta é esta aqui:
4.
Maranhão. O lugar que não para de martelar na minha cabeça nos últimos dois ou três anos. Mais especificamente, para ser sincera — na minha cabeça que também é de turista —, aquela trilha de alguns dias pelos lençóis maranhenses; mas também outras paisagens. Eis que no segundo semestre do ano passado caiu no meu colo o livro de poesia de nilson, intitulado Pequeno caderno maranhense, que é uma aula de Brasil, uma aula da minha imensa ignorância sobre o Brasil. O lançamento é este mês (ou é no próximo, agora não lembro).
E, ante a tragédia do Rio Grande do Sul, que seguimos acompanhando e tentando ajudar como possível, achei de bom tom usar esta edição da newsletter para jogar luz ao tipo de iniciativa que segue fomentando mais e mais destruição, como é o caso do projeto do megaporto+ferrovia que vai devastar a Ilha do Cajual e ocupar uma parte imensa do território quilombola Vila Nova.
O Intercept trouxe reportagem sobre o assunto aqui. E o Joio e o Trigo também fez denúncia dos problemas envolvendo a Ferrogrão aqui.
Vamos todos morrer de progresso.
5.
Quem gosta de organizar as leituras do ano em listas, esta planilha criada por Luara França, publisher da editora Aleph, é uma ferramenta ótima. Você copia o modelo e vai preenchendo com as tuas informações.
6.
Elas voltaram. A série sobre duas humoristas de gerações diferentes que me fez chorar horrores (e rir também, calma lá).