calma comigo que já voltei. estou atolada de atividades, equilibrando pratos como sempre. como tantos. este daqui pode parecer que caiu, mas, espia só, tá no alto ainda. estou tentando voltar a estudar enquanto trabalho batendo ponto, administro uma pequena empresa, dou boa vida a duas cachorras. além de alguma vida boa à chefe da matilha, esta que vos fala.
neste 2025, o plano é o seguinte: vou escrever uma newsletter de notinhas por mês: as maiores aleatoriedades surgidas no dia a dia e umas indicações disso e daquilo salpicadas. para os assinantes, também uma vez por mês, vou escrever um conjunto de ideias organizadas, texto mais longo, algo que consiga fazer com calma, que costure referências com mais qualidade.
é um ano em que quero ler e escrever mais, de um jeito mais concentrado, lento, longo. dá uma trabalheira.
endless tema
Saí do instagram antes do carnaval. É uma verdade que segue valendo, por mais que tenha tido que reativar da terça (18/03) a terça (25/03). Quem já desativou o perfil alguma vez está familiarizado com a regra: é necessário esperar uma semana para desativar novamente. Precisei voltar para recuperar uns endereços de algumas pessoas que não tinha acesso por outros meios. Tudo bem. Os motivos de me ausentar (poderiam ser tantos!) são os mencionados acima: ler e escrever mais; concentrar; lento, longo, presença, silêncio; tudo aquilo que a dinâmica do algoritmo não favorece.
O substack claramente tá entrando numas / já entrou / de rede social. É um fenômeno que veio quase que simultaneamente ao momento que comecei a publicar aqui (esse negócio de feed de notas, todas as extensões de postagem de áudios e vídeos e seiquê). É indiscutível que muita gente tem chegado na plataforma e que isso impulsiona o número de assinantes aqui, mesmo com a minha sumida. Mas tenho considerado mudar de base até o fim do ano. Veremos.
Todo esse prólogo para seguir pagando pau para quem me ajuda a pensar e enxergar melhor este vespeiro que é a internet. O Rodrigo Ghedin, da Manual do Usuário, uma news que já indiquei algumas vezes, escreveu um texto de autobservação depois de um domingo de mais de 10h na frente de telas com o qual me identifiquei muito, pois tenho o hábito de dissecar sintomas e gatilhos dos ciclos compulsivos em redes na tentativa de instaurar alguma agência. É um texto de janeiro, para vocês verem que mesmo sem conseguir vir aqui escrever, eu estou sempre pensado em vocês e guardando uns materiais interessantes que vocês nunca clicam. <rs rs rs>
Do fim do ano para cá, eu também me apaixonei por Clara Browne, que faz um mastigadinho cheio de pesquisa envolvida e depois escreve tudo com a sintaxe-semântica requintada que a experiência digital nos ensina (aqui tanto devemos ao twitter, o da velha guarda sempre mais). É didático & cabeçudo ao mesmo tempo. O que fazer quando um bilionário dono de uma big tech faz um anúncio fascista é algo que deveria nos interessar.
Lembrando, aos que chegaram por aqui recentemente, que co-fundadores do Substack já fizeram nota passando pano para a criação de conteúdos nazistas nesta plataforma.
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uns e outros
A expressão “não existe almoço grátis” segue valendo para a imensa maioria explorada. Trata-se, porém, de uma expressão seletiva. Existem aqueles para quem todo almoço é grátis.
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cacto tour
Neste início de ano, fiz lançamentos do livro Cacto na boca, publicado no final de 2024 pela Fósforo/Círculo de Poemas, nas cidades de Recife, Rio de Janeiro e São Paulo. Uma saga de encontros, conversas, abraços e brindes que me encheu de alegria.









Além dos eventos nas livrarias do Jardim, Travessa e Megafauna, ainda tive a oportunidade de participar do clube do livro buquê, que tinha escolhido a plaquete como leitura do mês. E que privilégio sempre será poder ouvir os próprios leitores.
O livro está com um pequeno desconto na Amazon, para quem interessar possa. Só clicar aqui.
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ainda o cacto
No próximo dia 31 de março, converso com o pessoal do Corpo Deleuzeano do Recife sobre alguma questões que orientam o Cacto na boca. É aberto, on-line e gratuito. Dá para se inscrever aqui.
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amarração de sapatos: uma questão de gênero
Fiz uma pesquisa de campo de grande interesse público com o corpus da firma onde trabalho e descobri que: 10 em 10 homens amarram os cadarços do sapato utilizando o método-criança, batizado no decorrer da pesquisa de “orelhinha de coelho”, no qual você faz “duas orelhinhas” e dá um laço. Todas as mulheres entrevistadas, porém, demonstraram que passaram para a segunda fase e aprenderam a amarrar seus cadarços com o método-adulto. É um fenômeno fascinante, renderia uma tese. Fica a dica para você que está lendo.
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a voz da sabedoria
A premissa do podcast Wiser than me foi incorporada em alguns projetos nacionais recentes que decidiram dar destaque à experiência de vida de mulheres 50+, 60+, 70+ & contando. No Spotify, veio o Se ela não sabe, quem sabe? mediado por Tati Bernardi; no canal GNT, Astrid passou a conduzir o Admiráveis Conselheiras após sua saída do Saia Justa.
Eis que, depois disso tudo, surge mais um podcast com a mesma premissa, e toma a dianteira dos demais na minha régua de interesse. Escute as mais velhas, apresentado por Sueli Carneiro e Neca Setubal, tem um recorte para além do etário: as convidadas são mulheres que participaram da luta de emancipação da segunda onda feminista no Brasil, tendo a Constituinte como marco.
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colonização & direitos lgbtqia+
“A homossexualidade de [Alexander von] Humboldt continua a ser tratada de maneira cavalheiresca por parte de seus comentaristas; isto é, como um segredo constrangedor. Ele vivia num mundo quase que exclusivamente masculino de colegas, discípulos, amigos e companheiros e sustentou uma série de relacionamentos íntimos duradouros. […] Assim como muitos viajantes europeus do século passado e do atual, o prazer de Humboldt em viajar indubitavelmente advinha, em parte, da necessidade de escapar das estruturas sexistas e matrimonialistas da sociedade burguesa. A história da viagem e da ciência é significativamente erigida sobre o fato de que eram estes contextos legítimos para a intimidade entre indivíduos do mesmo sexo e para uma sociedade exclusivamente masculina.” (nota de rodapé do texto ‘alexander von humboldt e a reinvenção da américa’, que integra o livro Os olhos do império, de Mary Louise Pratt).
Ou seja: se deixassem as gays transar em paz, o estrago colonial não era tão grande!!!
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drops de vida pessoal









Pensando pensamentos semelhantes, mais uma vez. Obrigada por mais essa!